sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entrevista Paramore!!




Nos dias de hoje comunicação é tudo, diria um daqueles livros de auto-ajuda. E o Paramore sabe que isso é a pura verdade. Banda que começou carreira quando seus integrantes ainda estavam na adolescência, o quarteto de pop punk do Tennessee tem consciência de que, para chegar até os fãs, é fundamental usar as ferramentas atuais - ter presença em sites de relacionamento, manter um contato on-line bastante freqüente e, principalmente, usar a linguagem de seus fãs.


Some-se a isso uma vocalista de cabelos ruivos, Hayley Williams, com bastante carisma entre seu público, uma sonoridade produzido em uma embalagem atraente, letras sobre as angústias de ser jovem, e tem-se um dos nomes de maior apelo entre os adolescentes, que compraram quase 1 milhão de cópias do disco "Riot!" (e justamente a parcela do público que pensa que comprar CD não é a coisa mais corriqueira do mundo).


O baixista Jeremy Davis, o integrante mais velho do Paramore, de 23 anos, conversou com o G1 sobre o sucesso do quarteto, a violência no México contra garotos emos (entre eles, muitos têm o Paramore entre suas bandas favoritas) e os rumores de separação do grupo, que Davis nega, mas diz que a convivência em uma banda representa um grande desgaste.

Vocês venderam quase 1 milhão de cópias de "Riot!" em uma época em que cada vez menos se vende CD, ainda mais entre jovens, sua base de fãs. Como isso foi possível?
Jeremy Davis -
 Eu não sei, é algo que eu também me pergunto. Nunca esperamos que isso fosse acontecer quando nosso disco saiu. O máximo que arriscávamos era que o álbum vendesse 100 mil cópias. Mas sabe o que eu acho? Talvez isso tenha a ver com o modo como a gente se comunica com os nossos fãs. Porque eles são muito importantes para nós. Eles são a nossa prioridade.

E essa comunicação é feita principalmente através da internet, não?
Davis -
 É verdade, sempre que nós temos um tempo livre, se estivermos em casa, por exemplo, isso pode ser feito. A internet é maravilhosa para mantermos a comunicação com nossos fãs.

Vocês estouraram quando eram muito jovens, principalmente no caso de Hayley, que tinha menos de 18 anos quando isso aconteceu. Você acha que a banda perdeu muita coisa que adolescentes comuns costumam fazer por causa dos compromissos?
Davis -
 Eu pelo menos consegui terminar o ensino médio, mas Zac, Josh e Hayley [que tem hoje 19 anos e tinha 14 quando a banda começou] estavam ainda na escola quando as coisas aconteceram. Mas sabe do que eu sinto falta? Do contato com meus amigos, de nossa amizade não ser a mesma coisa de antes. É meio difícil, sabe? Todo esse ritmo é meio louco.



Qual é a verdade em relação aos rumores de que a banda iria se separar?
Davis -
 ;Eles não têm um pingo de verdade. Muita coisa se passou entre a gente, foi muito tempo na estrada e quase três anos sem ter um descanso para valer. As turnês te desgastam muito, desgastam seu corpo. Nós sempre fizemos o que as pessoas pediam e nunca fazemos o que a gente quer fazer. Pela primeira vez a gente queria ser egoísta e ir embora, porque tinha muita coisa rolando entre a gente, todos crescendo, virando adultos e passando por mudanças. Coisa de pessoas normais. Todo mundo muda. Isso é difícil quando se está na está na estrada. O que a gente precisava era ir para casa.

Não é contraditório fazer tudo o que as pessoas pedem e ter um disco chamado "Riot!" ("Revolta!")?
Davis -
 Olha, nós escolhemos o nome "Riot!" porque é algo realmente a respeito de nossas vidas. A gente precisava transmitir isso nas letras. Nós procuramos o significado da palavra "riot" no dicionário e estava lá: "uma explosão sem controle de emoções". Isso o que nosso disco representa. Emoções saindo diretamente da gente.

E o próximo disco, como vai ser diferente em relação a "Riot!"?
Davis -
 Não sei... Vai ser parecido com "Riot!" no sentido de que a nossa sonoridade vai ser mantida. Mas, por exemplo, a diferença entre "Riot!" e o nosso primeiro disco é que as letras eram mais maduras. Essas mudanças nas composições acontecem principalmente quando a gente está na estrada. Eu estou empolgado.

Como vocês lidam com o público de alguns festivais que atiram garrafas no palco que vocês estão tocando?
Davis -
 A platéia é sempre a nossa prioridade. Se o público não está animado, nós não vamos ter um bom show e vice-versa. Quando começam a atirar garrafas na gente é meio ruim, sabe? Se eles não gostam da gente, porque não saem e vão assistir a outra banda? Por que precisam atirar objetos? Nunca fez sentido para mim que eles perdessem tempo fazendo isso.

Em uma entrevista Josh e Hayley disseram que não elegeriam Hillary Clinton para presidente dos Estados Unidos porque, nas palavras deles, "ela é louca". Isso é verdade para você também?
Davis -
 [Ri, surpreso] Nós não somos uma banda política. Nós não entramos muito nesses assuntos. Eu vou votar, mas eu nunca tive muito tempo para conhecer o que os candidatos vão fazer por você. A gente teria que pensar muito antes de fazer qualquer tipo de sugestão.

Você soube que nos últimos dias houve uma grande onda de violência no México contra garotos emos - muitos deles seus fãs?
Davis -
 Puxa, não sabia disso. Na verdade, eu não tinha idéia. Definitivamente não apoiamos esse tipo de coisa. Não é legal, não é uma coisa para te deixar empolgado, sabe? Definitivamente não é coisa boa. Nossa música é sobre esperança, é sobre trazer esperança para quem ouve.

Vocês tinham conhecimento de que há uma base considerável de fãs do Paramore no Brasil?
Davis -
 Sim, desde que nós começamos de verdade, quatro anos atrás, uma das primeiras pessoas a comentar sobre o nosso som era do Brasil. E eu acho isso bastante louco. Não lembro o nome da garota, mas ela disse que falaria para todos os amigos sobre a nossa música. E, um pouco mais tarde, estávamos em um chat na internet com mais de 300 fãs e mais da metade era do Brasil.

Vocês têm planos de tocar no país ainda neste ano?
Davis -
 Ainda não existem planos concretos para este ano, nós estamos trabalhando nisso agora mesmo, porque quer mesmo ir para aí.


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